A língua estrangeira moderna: a formação social do sujeito e o papel docente no ensino

La lengua extranjera moderna: la formación social del sujeto y el papel del docente en la enseñanza

The modern Foreign Language: The Subject's Social Formation and the Teacher's Role in Teaching

 

 

Recibido: 03/04/2023

Aprobado: 28/11/2023

Este artículo ha sido aprobado por la editora Susana Graciela Pérez Barrera (PhD)

 

Cibele Diviane[1]

 

Resumo

O objetivo geral desta discussão é analisar como as concepções de língua, língua, ensino e aprendizagem são apresentadas no currículo educacional e nos discursos de professores de línguas estrangeiras. A metodologia utilizada tem abordagem qualitativa com procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados confirmam que o ensino da língua inglesa é muito importante para o currículo escolar, principalmente em um mundo globalizado, pois amplia o conhecimento de outras culturas, possibilitando o desenvolvimento da percepção da própria língua. As teorias deixaram claro que a aquisição de uma língua estrangeira, no caso o inglês, amplia a visão, o comportamento e o comprometimento dos alunos, a participação em um mundo social cada vez mais globalizado e pluralista. Conjectura-se o processo da linguística no ensino de I.L. em sala de aula, outro interesse que dá origem à formação de professores, necessidade contemporânea com pretensões globais.

 

Palavras-chave: língua estrangeira moderna, inglês, ensino, formação docente.

 

 

Resumen

El objetivo general de esta discusión es analizar cómo las concepciones de lengua, lengua, enseñanza y aprendizaje se presentan en el currículo educativo y en los discursos de los profesores de lenguas extranjeras. La metodología utilizada tiene un enfoque cualitativo con procedimientos de investigación bibliográfica y documental. Los resultados confirman que la enseñanza del inglés es muy importante para el currículo escolar, especialmente en un mundo globalizado, ya que amplía el conocimiento de otras culturas, posibilitando el desarrollo de una percepción del propio idioma. Las teorías dejaron claro que la adquisición de una lengua extranjera, en este caso el inglés, amplía la visión, el comportamiento y el compromiso de los estudiantes, la participación en un mundo social cada vez más globalizado y plural. El proceso de la lingüística en la enseñanza de L.I. en el aula, se conjetura otro interés que da pie a la formación docente, una necesidad contemporánea con pretensiones globalizadas.

 

Palabras clave: lengua extranjera moderna, inglés, enseñanza, formación docente.

Abstract

The general objective of this discussion is to analyze how the conceptions of language, language, teaching and learning are presented in the educational curriculum and in the discourses of foreign language teachers. The methodology used has a qualitative approach with bibliographical and documentary research procedures. The results confirm that teaching English is very important for the school curriculum, especially in a globalized world, as it expands knowledge of other cultures, making it possible to develop a perception of one's own language. The theories made it clear that the acquisition of a foreign language, in this case, English, expands students' vision, behavior and engagement, participation in an increasingly globalized and plural social world. The process of linguistics in the teaching of L.I. in the classroom, it conjectures another interest that gives rise to teacher training, a contemporary need with globalized intentions.

 

Keywords: modern foreign language, English, teaching, teacher training.

 

Introdução

 

O domínio de uma língua estrangeira-LE tem se tornado cada vez mais importante em um mundo globalizado. As relações sociais têm requerido, que as pessoas se comuniquem utilizando uma língua adicional, pelo desejo de ficar mais qualificado no mercado de trabalho, ampliando o conhecimento sobre outra língua e sua cultura dentre outras motivações.

As propostas curriculares de diversos países, como é o caso do Brasil, têm inserido as Línguas Estrangeiras-LEs modernas no rol de disciplinas da educação básica, com vista à formação de um indivíduo que tenha acesso ao conhecimento científico, histórico e cultural produzido e divulgado pelas civilizações. Em decorrência disso, o professor de LE é o ponto chave das discussões sobre o processo de aprendizagem de uma nova língua, onde se questionou qual a importância da LE na formação dos estudantes e papel do professor no processo de ensino aprendizagem.

O papel do docente é condição sine qua non para que esse objetivo se concretize.

Muitas vezes, as concepções que os professores têm estão alicerçadas em crenças que foram/são formadas ao longo da sua vida, a partir de seu processo de escolarização, de formação inicial ou mesmo de sua compreensão das orientações curriculares características de sua atuação profissional.

Desta forma, o objetivo geral desta discussão é analisar como as concepções de linguagem, língua, ensino e aprendizagem se apresentam no currículo educacional e nos discursos dos professores de língua estrangeira, como pontos específicos capazes de identificar as concepções de linguagem, de língua, de ensino e aprendizagem no currículo educacional.

A metodologia utilizada possui uma abordagem qualitativa com procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental. De acordo com Gil (2002, p. 12), por pesquisa bibliográfica entende-se a leitura, a análise e a interpretação de material impresso. A pesquisa documental é aquela que não recebeu tratamento analítico. A abordagem qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito, onde o objetivo central da pesquisa é entender a explicação de algum fenômeno (Gil, 2000).

O ensino de LE tem sido destacado por muitas pessoas, especialistas da linguagem ou não, com um fator fundamental para que qualquer indivíduo inserido social e historicamente tenha acesso a culturas diferenciadas. Por isso, teorias contidas no documento da Base Nacional Comum Curricular-BNCC e teóricos como Maciel (2021), Cardoso e Lima (2019) e outros, trazem uma perspectiva de estabelecer a compreensão sobre aspectos linguísticos, a didática e o processo de ensino e aprendizagem sobre a língua.

O artigo está dividido em duas seções que ampliam e se organizam para discutir sobre as concepções linguísticas e o ensino da língua inglesa no Brasil, uma discussão no campo histórico e sua importância no contexto social e acadêmico e a linguística como papel importante na formação do professor de Língua Inglesa- L.I., trazendo as interfaces da formação do professor.

 

 

Concepções de linguagem e linguística no ensino de língua inglesa no Brasil

 

O ensino de Língua Inglesa em turmas do Ensino Fundamental é muito importante para o currículo escolar, principalmente no mundo globalizado em que vivemos hoje, onde as coisas mudam de maneira muito rápida sendo a comunicação um dos instrumentos responsáveis por essa mudança. Há muito tempo, o ensino de Língua Inglesa nas escolas públicas brasileiras vem sendo orientado pela perspectiva tradicional de ensino. Na atualidade, as discussões que orientam o referido ensino, pautam-se na abordagem comunicativa, com ênfase nas quatro habilidades linguísticas: ler, ouvir, falar e escrever (Fiuza et al., 2011).

Sua importância se dá ao contexto histórico, assim o ensino de Língua Estrangeira no Brasil iniciou com a chegada dos lusitanos em 1500, cuja Língua Portuguesa foi ensinada aos índios nativos, de maneira informal pelos jesuítas, e consequentemente, o português, tornou- se a primeira língua estrangeira falada no Brasil (Simões e Alves, 2014). Esta dinâmica faz remeter a processos históricos a partir da construção da língua materna e sua importância no contexto social e acadêmico, de modo que se reconheça a construção da linguística como pressuposto fundamental da ligação entre o povo e sua nação.

A importância dada a Língua Inglesa, através do conhecimento de outras culturas é possível desenvolver a percepção da própria língua, de forma a permitir a aceitação das diferenças nos modos de expressão e de comportamento, baseando-se na abordagem de cunho funcionalista, defende a ideia de que os aprendizes devem ter competência linguística para estabelecer a interação e comunicação com seus interlocutores em situações comunicativas diversas e reais e, não somente desenvolverem a capacidade de reproduzirem frases gramaticalmente corretas (Maciel, 2021).

O estudo da Língua Inglesa pode possibilitar a todos o acesso aos saberes linguísticos necessários para engajamento e participação crítica dos estudantes e para o exercício da cidadania ativa, “além de ampliar as possibilidades de interação e mobilidade, abrindo novos percursos de construção de conhecimentos e de continuidade nos estudos” (Brasil, 2018).

É possível perceber a presença da Língua Inglesa no cotidiano das pessoas, através dos comerciais apresentados, produtos consumidos, músicas, etc. e, é preciso colocar o educando em sintonia com esse mundo globalizado que cada vez mais mistura as culturas, principalmente através da comunicação.

No Brasil, devido as suas particularidades históricas e culturais, é pequeno o número de pessoas que utilizam um idioma estrangeiro na comunicação oral diária. A ausência dos recursos didáticos, sendo que, defende-se a ideia de que, a ausência do material didático, pode ser substituída pela criatividade e ecletismo do professor. Desse modo, a carência do referido material, não pode ser considerado um empecilho para a concretização da ação didática (Maciel, 2021).

Notadamente o esforço em articular a língua inglesa como repertórios linguístico e cultural não deve ser pensado como um adicional da proposta de ensino e aprendizagem, mas como um viés do desenvolvimento e do crescimento de comunicação em todo o mundo. A Base Nacional Comum Curricular chama a atenção, dizendo que:

Alguns conceitos parecem já não atender as perspectivas de compreensão de uma língua que “viralizou” e se tornou “miscigenada”, como é o caso do conceito de língua estrangeira, fortemente criticado por seu viés eurocêntrico. Outras terminologias, mais recentemente propostas, também provocam um intenso debate no campo, tais como inglês como língua internacional, como língua global, como língua adicional, como língua franca, dentre outras. (Brasil, 2018, p. 241).

Reconhecer a importância da língua inglesa na nossa vida, permite desenvolver a possibilidade de compreender e expressar, oralmente e por escrito, opiniões, valores, sentimentos e informações que se agregam na condição de perceber e projetar a língua para além das possibilidades nacionais, ou seja, pode-se explorar tópicos gramaticais, orientando-se pelas suas funções nos textos em estudo, também sob a condição histórica dos lugares no mundo.

Além disso, o desenvolvimento das estruturas linguísticas e enriquecimento do vocabulário por meio da leitura e resolução de exercícios construtivos possibilitam aquilo que a BNCC cita que:

Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e contraditórias (Brasil, 2018, p. 239).

As concepções de linguagem, língua para o ensino e aprendizagem nas séries do ensino fundamental adentram ao ensino da gramática e inevitavelmente estarão estruturadas na abordagem das variações linguísticas, entendendo que a língua se manifesta de maneira variável por estar condicionada a seus falantes e a pluralidade de seus comportamentos, culturas e identidades e podem ainda ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional) e por meio do letramento linguístico. Na discussão da BNCC a referência ao letramento diz que:

A ampliação da visão de letramento, ou melhor, dos multiletramentos, concebida também nas práticas sociais do mundo digital – no qual saber a língua inglesa potencializa as possibilidades de participação e circulação – que aproximam e entrelaçam diferentes semioses e linguagens (verbal, visual, corporal, audiovisual), em um contínuo processo de significação contextualizado, dialógico e ideológico (Brasil, 2018, p. 242).

Como uma língua de concepção globalização, como a língua inglesa, projeta-se interações em grande escala, por isso é multifacetada, multilíngue e multicultural. Suas diversas variações são atribuídas por todos os seus falantes, na heterogênea de tantos povos. Esse fenômeno deve ser ensinado nas escolas objetivando apresentar aos alunos suas manifestações, prepará-los para acompanharem a evolução social e aprenderem a lidar com as diversas formas de falar. Rajagopalan:

O fenômeno de mescla linguística, dentro da projeção da variação desta língua visa levar os alunos a perceberem o uso da língua materna e as modalidades na sua forma oral e escrita. Para Ramos (2009) o inglês apresenta, como qualquer outro idioma, diversas variações que são provenientes do processo de interferência e transferência e ambos são resultantes da bagagem e identidade cultural de cada indivíduo (Rajagopalan, 2009, p. 23).

A sociolinguística superou a concepção estática da normatividade linguística e do objetivismo abstrato ao conceber a língua no seio da interação social, que muda e se transforma em função do contexto sóciohistórico, trazendo para a ordem do dia a questão da variação linguística, entendendo que a “língua e cultura estão intrinsecamente ligadas” (Lima, 2009, p. 182). E uma das coisas fundamentais a se destacar na teoria da variação é a concepção de língua, amplamente ligada ao contexto social em que ocorre, conforme Labov:

Os procedimentos de linguística descritiva se baseiam no entendimento de que a língua é um conjunto estruturado de normas sociais. No passado, foi útil considerar que tais normas eram invariantes e compartilhadas por todos os membros da comunidade linguística. Todavia, as análises do contexto social em que a língua é utilizada vieram demonstrar que muitos elementos da estrutura linguística estão implicados na variação sistemática que reflete tanto a mudança no tempo quanto os processos sociais extralinguísticos. (Labov, 1994, p.12)

É muito comum, ainda nos dias de hoje, que os professores trabalhem a variação linguística sob a perspectiva do certo e errado na língua, pois a escola, como sabemos é o local que privilegia a aprendizagem da norma padrão. Alkimim (2006, 33) diría que “qualquer língua, falada por qualquer comunidade, exibe sempre variações. Pode-se afirmar mesmo que nenhuma língua se apresenta como uma entidade homogênea. Isso significa dizer que qualquer língua é representada por um conjunto de variedade”.

A pressuposição de que a língua é heterogênea, muda conforme o tempo e outros fatores e varia tanto internamente quanto externamente social e na qual nenhum falante expressa-se do mesmo modo que outro em situações de comunicação diferentes (Görski et al., 2010).

E uma das coisas fundamentais a se destacar na teoria da variação é a concepção de língua, amplamente ligada ao contexto social em que ocorre, conforme Labov:

Os procedimentos de linguística descritiva se baseiam no entendimento de que a língua é um conjunto estruturado de normas sociais. No passado, foi útil considerar que tais normas eram invariantes e compartilhadas por todos os membros da comunidade linguística. Todavia, as análises do contexto social em que a língua é utilizada vieram demonstrar que muitos elementos da estrutura linguística estão implicados na variação sistemática que reflete tanto a mudança no tempo quanto os processos sociais extralinguísticos (Idem).

Assim, a importância de se aprender a heterogeneidade linguística na escola e que os centros formadores de professores têm responsabilidade direta em direcionamentos desse tipo. Nas escolas, principalmente no ensino fundamental o ensino de uma língua envolve as práticas de linguagem em situações de uso oral, com foco na compreensão (ou escuta) e na produção oral ou fala (Brasil, 2018).

Neste sentido, o ensino da norma culta encontra muitos defensores porque defendem que o ensino da gramática normativa ajuda os alunos a escrever melhor, com mais precisão, e assim por diante, também é certo que tanto a prática pedagógica de séculos pautada na normatividade linguística.

 É necessário democratizar o ensino escolar, tornando-o aberto para as múltiplas variedades linguísticas (sociais, regionais, profissionais, etárias) que qualquer língua viva possui.

O aspecto do não reconhecimento da diversidade da língua falada é visto também na escola, como déficit, pois apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, isto é, a língua falada não vem ao encontro da norma culta ensinada, sendo a linguagem a principal culpada pelo fracasso escolar.

 

A linguística como papel importante na formação do professor de L.I.

 

A linguística desempenha um papel importante na formação do professor de L.I., no sentido de arraigar valores da própria língua às condições sociais e culturais dos indivíduos. Ainda assim, a formação nesta área é um sobreposto para que o tema seja discutido, entendendo que a língua materna possui um aparato de informações intrinsecamente valorizadas por cada grupo social. Segundo Cardoso e Lima:

Por não ser uma língua materna e ainda ser muito pouco falada no Brasil, as escolas encontram dificuldades para ensiná-la, pois existem fatores que podem afetar o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula. Dentre eles, o pouco tempo que é cedido para as aulas de inglês, a falta de material apropriado, contextualizado e mais adequado para as diversas realidades sociais, a falta de preparação mais especializada dos profissionais da área, a estrutura física escolar, entre outras condições (2019, p.23).

Refletir sobre o processo da linguística no ensino de L.I. em sala de aula, conjectura outro interesse que enseja a formação do professor nesta área, como especialista sobre este campo de ensino. Falar sobre linguística e literatura coincide com as expectativas criadas dentro do ensino, principalmente com o advento das normatizações da gramática brasileira.

 

A questão é descrever quais variações linguísticas predominam na linguagem do professor e da realidade na escola e como isso pode interferir no processo de ensino e aprendizagem, tal como Ramos afirma (2009) de que “não existe um único “inglês”. As novas regras para a composição da língua, agora obrigatoriamente cobradas, inclusive em concursos públicos, são notadamente uma preocupação da sociedade em conseguir manter a realidade da língua culturalmente desenvolvidas nos grupos sociais ao mesmo tempo em que a linguagem erudita, cobrada e trabalhada nas escolas é evidenciada como linguagem acadêmica necessária ao mesmo grupo.

Do mesmo modo Moita Lopes (2008) corrobora com os estudos do inglês como língua franca, chama a nossa atenção para a hibridez dessa língua esclarecendo sua função de língua de fronteira, aquela utilizada na ação da vida social e que serve para a “expressão de performances identitárias”.

Além disto, é importante considerar o papel do professor, enquanto profissional nesta relação que também utiliza do veículo linguístico em situações naturais da fala e nas condições acadêmicas na escola. Como professores de inglês, o dever de preparar nossos alunos para serem cidadãos de mundo novo que se descortina diante dos nossos olhos e sobre o qual temos apenas uma ideia ainda muito vaga. Para atuar nesse admirável novo mundo, os nossos alunos têm de aprender a lidar com todas as formas de falar inglês (Rajagopalan, 2009).

A formação do professor e as concepções de linguística em L.I. para a utilização mais coerente no campo escolar, de modo que isto não venha a acarretar aos valores culturais dos envolvidos no processo, mas fazendo perceber que o ensino de linguística se faz de fundamental importância para o ensino.

Dada a necessidade premente na contemporaneidade de um ensino de língua estrangeira que se ampara no seio materno da língua do país, como pretensão globalizada, que supere a concepção da língua como unidade pura e abstrata, ou o estudo da estrutura gramatical formal cheio de abstrações e informações descontextualizadas, é o que se refere Rajagopalan (2005) é um fenômeno linguístico na qual o inglês tem sido afetado por diversas outras línguas e culturas de seus falantes.

É o ponto, portanto, a ser discutido da formação deste professor que enfoca o respeito às diversas variedades linguísticas, mas que traz em sua formação demonstrações das situações de uso da língua, evitando a valorização, mas percebendo a influência da oralidade na escrita no falar nas salas de aula, em função da precariedade de sua formação. A BNCC refere que:

Além disso, a oralidade também proporciona o desenvolvimento de uma série de comportamentos e atitudes – como arriscar-se e se fazer compreender, dar voz e vez ao outro, entender e acolher a perspectiva do outro, superar mal-entendidos e lidar com a insegurança, por exemplo. O eixo Leitura aborda práticas de linguagem decorrentes da interação do leitor com o texto escrito, especialmente sob o foco da construção de significados, com base na compreensão e interpretação dos gêneros escritos em língua inglesa, que circulam nos diversos campos e esferas da sociedade. (Brasil, 2018, p. 167)

O uso da linguística como aparato ideológico de uma sociedade passa a tomar proporções importantes da formação dos alunos e não mais é evidenciado como parte geograficamente reconhecido, mas faz parte agora de uma camada maior e notadamente erudita, como a linguística deve ser. Para o Conselho da Europa[2]:

O uso de uma língua abrangendo a sua aprendizagem inclui as ações realizadas pelas pessoas que, como indivíduos e como atores sociais, desenvolvem um conjunto de competências gerais e, particularmente, competências comunicativas em língua. As pessoas utilizam as competências à sua disposição em vários contextos, em diferentes condições, sujeitas a diversas limitações, com o fim de realizarem atividades linguísticas que implicam processos linguísticos para produzirem e/ou receberem textos relacionados com temas pertencentes a domínios específicos. Para tal, ativam as estratégias que lhes parecem mais apropriadas para o desempenho das tarefas a realizar. O controlo destas ações pelos interlocutores conduz ao reforço ou à modificação das suas competências (Conselho da Europa, 2001, p. 29).

A grande preocupação se centraliza na forma de ensino passada aos alunos em sala de aula a partir do professor de L.I. e a base de sua formação acadêmica, além de agregar valor à escola de que a responsabilidade pela forma coerente de falar e de ser cobrada nos campos escolares não diz respeito apenas ao professor desta área, mesmo porque os elementos que integram a língua dependem de uma dependência e que não podem ser estudados isoladamente. Gonçalves afirma que:

Os elementos que integram uma língua não são independentes, nem incoerentes e não devem ser estudados isoladamente. Seus elementos são solidários, formam um todo organizado, um conjunto de unidades que mantêm entre si relações tais, que cada uma se define pela totalidade das relações que mantêm com as outras. A língua é, pois, um sistema estruturado, cujas partes são interdependentes e harmônicas. (Gonçalves, 1977, p.17)

Com efeito os estudos sobre a L.E. passaram a ter uma conotação mais leve e submetida à realidade contemporânea da língua brasileira, sem com isto deixar de lado seu princípio pedagógico histórico crítico, onde as condições cultas e formais devem ser ensinadas na escola, mas na proporção onde ambas as categorias, culta e popular, podem conviver num mesmo espaço de ensino.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LDB[3] ainda configura aspectos importantes sobre a educação em seu art. 3º, onde afirma a existência de vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Deste modo as concepções de linguística devem se aprofundar num contexto formal, mas que leve em considerações as mudanças sociais, sem que o fenômeno interfira na forma de se conceber o processo de formação erudita da língua. Faraco cita que:

Essa perspectiva restrita está, hoje, superada. Os linguistas brasileiros desenvolveram como resultado do aprofundamento dos estudos empíricos da realidade linguística do país – um quadro de referências bem mais refinado dos fenômenos da variação linguística, substituindo uma visão estanque das variedades (favorecida por uma concepção dialetal muito estrita) por uma visão em continuum[4] que permite melhor apreender a distribuição social das variedades (e, acima de tudo, a dinâmica que rege a intensa interrelação entre elas) e os pontos em que há estigmatização de formas (Faraco, 2001, p.3).

É neste sentido que o professor deve cuidar para que o seu processo de formação não implique em restringir o sujeito aprendente em formas prontas e ditadas pela nuance acadêmica do professor. Ao aprender pela perspectiva gramatical e tradicional do ensino sobre linguística e literatura na academia, o professor dispõe de todas as técnicas que a gramática normativa pode oferecer sem perder de vista na noção erudita da língua. Com isto o risco de voltar a copiar o mesmo método é real. Neste sentido o professor deve ter a consciência de que a sala de aula dos alunos da escola básica, difere muito dos espaços universitários.

A constituição da língua escrita e falada pelos alunos deve ser um parâmetro a ser levado em consideração, no tocante a formação linguística intrinsecamente distribuída entre o ler e escrever, principalmente por seu importante contexto de formação social hoje, uma importância visível dada ao processo de letramento[5] dos sujeitos sociais.

Os estudos linguísticos se tornam um aporte ao saber, quando estes são utilizados de forma a permitir a quem aprende uma outra linguagem como processo social e cultural e que faz parte da formação globalizada e instituída para que seja possível ter acesso.

É importante considerar a linguagem como condição essencial do saber na discussão majoritária para a formação acadêmica escolar. A linguagem constitui um aparato cultural passível as discussões possíveis para a formação da produção linguística histórico crítico na educação formal.

Sob essa ótica, ela entende que é no ambiente escolar que o aluno tem a possibilidade de experienciar relações de interação e contato com as diferentes formas de expressão de linguagem (Cardoso e Lima, 2019). Isto seria “muito mais que dispor de um conhecimento sobre uma variedade linguística” (Britto, 2004, p. 134). Britto ainda traz que:

Quanto maior o letramento, maiores serão, entre outras coisas, a manipulação de textos escritos, a realização de leitura autônoma (sem intervenção ou apoio de outra pessoa), a interação com discursos menos contextualizados ou mais auto referidos, a convivência com domínios de raciocínio abstrato, a produção de textos para registro, comunicação ou planejamento, enfim, maiores serão a capacidade e as oportunidades do sujeito de realizar tarefas que exijam monitoração, inferências diversas e ajustamento constante. Neste sentido, o letramento, mais que alfabetização ou o domínio das regras de escrita, é um estado ou condição de quem se envolve em numerosas e variadas práticas sociais de leitura e da escrita.

É certo que o professor deve considerar que a sua formação é a base para o condicionamento da formação de alunos do ensino básico e que a partir das práticas sociais de leitura e da escrita, desenvolvidas em sala de aula como produção de textos, construção e reconstrução de literaturas, registros, se pode confrontar a formação linguística e literária de forma que ambas estejam no contexto a construção instrucional do aluno sem confundi-lo em relação ao seu perfil cultural. Walker e Leffa afirmam que:

Um dos fatores considerados primordiais para se lograr êxito no ensino de línguas é a formação do professor de línguas, por ser o profissional diretamente responsável pelo que deve acontecer na sala de aula e a influência que esses acontecimentos exercem principalmente na produção oral dos aprendizes (Walker; Leffa, 2003, p. 131).

Segundo Geraldi (2016) o professor de línguas necessita de conhecimentos específicos a respeito daquilo que trabalha. Afastar então, a interpretação de linguística e linguagem como sendo aparatos de mesma significação seria negar a condição de importância da linguística, fundamental na constituição da língua culta. Esta é a grande diferença entre L.I. e outras disciplinas. Segundo a BNCC:

Prioriza o foco da função social e política do inglês e, nesse sentido, passa a tratá-la em seu status de língua franca. O conceito não é novo e tem sido recontextualizado por teóricos do campo em estudos recentes que analisam os usos da língua inglesa no mundo contemporâneo. Nessa proposta, a língua inglesa não é mais aquela do “estrangeiro”, oriundo de países hegemônicos, cujos falantes servem de modelo a ser seguido (Brasil, 2018, p. 241).

 A importância da linguística na formação do professor de LA é um ato necessário nas práticas gramaticais, didáticas e pedagógicas, quanto conceituais, que levaram aos alunos a criar, experimentar e escolher as suas hipóteses e utilizá-las. As literaturas que discorrem sobre o tema procuram considerar de forma crítica a importância da formação do professor de língua em relação a construção da linguística e sua relação com o processo de ensino.

Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural.

Os estudos linguísticos se tornam um aporte ao saber, quando estes são utilizados de forma a permitir a quem aprende uma outra linguagem como processo social e cultural e que faz parte da formação globalizada e instituída para que seja possível ter acesso.

É importante considerar a importância da linguagem como condição essencial do saber na discussão majoritária para a formação acadêmica escolar. A linguagem constitui um aparato cultural passível as discussões possíveis para a formação da produção linguística histórico crítico na educação formal.

Sob essa ótica ela entende que é no ambiente escolar que o aluno tem a possibilidade de experienciar relações de interação e contato com as diferentes formas de expressão de linguagem (Cardoso; Lima, 2019).

No processo de conquista e assimilação consciente de novas formas de perceber, pensar e agir na sociedade e no meio em que busca um aprendizado mais significativo sobre a língua no ensino fundamental I, os educadores não podem limitar-se ao saber fazer, mas devem estar conscientes que se aprende empiricamente.

À luz desta teoria, a BNCC (Brasil, 2018) diz que este está na ampliação da autonomia, da autoria nas práticas de linguagens diversas e no protagonismo e que a escola precisa auxiliar o aluno a se reconhecer como sujeito, na sua interação com o outro e nas oportunidades que encontram para crescer, dentro das relações nos espaços escolares.

A dificuldade específica da aprendizagem da L.I. torna-se um problema socioescolar e cultural porque “o inglês é pertencente a todos que o falam e suas variações são reais e acontecem quando pessoas de todos os lugares a utilizam, então os falantes brasileiros também pertencem a este processo de movimentação linguística” (Cardoso e Lima, 2018, p. 94).

O aluno encontra-se inserido no contexto que exige uma interpretação sistemática advinda do hábito de ler e escrever, “supondo-se que sua aprendizagem se processa de modo mais eficaz, quando o indivíduo é evolvido em seu uso” (Souza, 2005, p. 87).

O “acesso à ciência e a tecnologia ocidental e também ao comércio e turismo internacional e ajuda militar e econômica” (Greenbaum, 1985, p. 10) fez com que a língua inglesa fosse difundida no mundo e determinada nos currículos como um aporte à formação cultural e econômica. A dinâmica da formação linguística necessita sobrepor estas questões em função de uma diagnose mais completa para a formação acadêmica deste aluno do ensino fundamental.

A criança aprende de acordo com sua capacidade interna e nata, tornando-se transformadora da aprendizagem, criadora, se essa capacidade de aprendizagem e oportunidade lhe for oferecida nas escolas e na comunidade. Segundo Leffa:

 A cumplicidade do professor com os alunos envolve compartilhar com eles um objetivo, que não é nem o objetivo do professor e nem o do aluno; é o objetivo da turma. É esse objetivo comum que vai resolver os conflitos e fazer com que as diferenças individuais funcionem em distribuição complementar, vencendo uma a uma as dificuldades que aparecem pelo caminho. Unida a turma em torno de um objetivo comum, resta o último passo: angariar os meios disponíveis numa determinada comunidade para alcançar o objetivo. No caso da língua estrangeira, os meios são os artefatos culturais (livros, recursos de áudio, vídeos etc.) e as pessoas (professor, colegas, amigos etc.) que se podem acionar para aprender a língua. (Leffa, 2011, p. 30)

A preocupação com a decifração dos símbolos, reconhecer as letras, sílabas e palavras que já existem na disciplina de língua portuguesa é também a realidade do ensino de línguas estrangeiras nas escolas. Moita Lopes (2005, p. 47) diz que a cognição é descolada da vida social e “o sujeito dos atos letrados e as práticas sociohistóricas que vive como participante de tais atos não são considerados”, por isso a grande dificuldade de articular o letramento linguístico.

Street (1995) defende a concepção ideológica de letramento para destacar o fato de que todas as suas práticas são aspectos não apenas da cultura, mas também das estruturas de poder em uma sociedade. Stone ainda reitera que uma das grandes contribuições da referida abordagem é:

Reconhecer a relação entre os textos e o contexto em que eles são produzidos e usados. Nesse sentido, as práticas de letramento estão imbricadas em relações sociais mais amplas, tradições culturais, mudanças econômicas, condições materiais e valores ideológicos (Stone, 2007, p. 50).

 A aprendizagem vai depender tanto do aspecto intelectual quanto do afetivo da criança. Se ela não estiver bem emocionalmente à aprendizagem pode não acontecer satisfatoriamente.

De acordo com a teoria piagetiana, a aprendizagem da leitura e o conteúdo das atividades devem ser muito significativos para a criança, de maneira que ela se identifique com o que lê e sinta-se motivada a praticar a leitura da escrita, aperfeiçoando cada vez mais essa aprendizagem. Segunda Moita Lopes:

A educação linguística em geral e especificamente, em inglês, tem papel fundamental, contribuindo na construção de um discurso sobre a vida social que questione o pensamento único homogeneizador da vida contemporânea. O inglês pode ser usado como a língua comum por meio da qual podemos ler criticamente o mundo e participar em sua construção (Moita Lopes, 2005, p. 87)

Esta construção do discurso das bases para o acesso ao aprendizado da leitura e escrita apresenta-se como um dos múltiplos desafios da escola e do indivíduo em formação, talvez como o mais valorizado e exigido pela sociedade.

Durante o processo de aprendizagem, a criança passa por várias fases até chegar ao processo realmente do ser alfabético. A produção escrita da criança passa por proposições de regras que na L.I., como qualquer outra língua deve considerar a sua gramática. Tanto na escrita quanto na leitura, o que ocorre posteriormente, de forma gradativa, e devendo ser estimulado através da apresentação de materiais escritos na escola é a aquisição cultural, ou seja, que não ocorre apenas internamente na criança, mas sim na sociedade em que ela convive.

O desempenho da aprendizagem leitora e para o desenvolvimento eficaz da linguagem escrita apresenta em qualquer língua aspectos da fala. A leitura deve ultrapassar a simples representação gráfica e decodificação de símbolos, é antes de tudo, uma compreensão e entendimento da expressão escrita.

O ato de aprender a ler é sem dúvida o maior desafio que todas as crianças têm que enfrentar nas fases iniciais de sua escolarização. Isto porque o mundo que nos cerca é totalmente dominado por informações escritas. Cabe à criança superar esse desafio e desenvolver essa capacidade leitora, com as habilidades dela advinda. Moita Lopes diz que:

Ainda que seja verdade que as habilidades cognitivas desempenham um papel importante quando os participantes se envolvem em práticas de letramento, estudos mais recentes neste campo têm chamado a atenção para o letramento como um evento social situado. Tais estudos têm passado a focalizar os contextos de construção de significado, os participantes, suas ideologias, identidades sociais, histórias, seus projetos políticos etc. (Idem, p. 48).

A partir dessa investida sobre a proposta de letramento é possível considerar a perspectiva abrangente da LE e que na prática não seria diferente quando se refere a uma das variantes específicas no processo de aquisição da língua.

 

Materiais e métodos

 

O presente trabalho trata de um estudo bibliográfico, a partir de uma abordagem qualitativa. Segundo Silva & Menezes (2000, p. 20), “a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”. Segundo Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Então foram pesquisados artigos com palavras chaves equivalentes e com aportes para a discussão sobre o tema.

 

Resultados

De acordo com as investigações, perceberam-se que com a obrigatoriedade da normatização da língua inglesa, os professores se veem indecisos quanto ao modo de agir e cobrar de seus alunos a forma de linguagem em sala de aula porque permeia nesta língua estrangeira a habilidade oral e escrita. A sociolinguística variacionista, que trata de questões da variação, busca investigar os processos de mudanças que existem nas comunidades de fala e tal perspectiva nos leva a refletir que as variedades apresentadas através da língua são reflexos do comportamento humano em seus diferentes contextos (Cardoso; Lima, 2019).

A linguística é um aspecto importante na construção da língua inglesa e os professores desta área se deparam com as expectativas da sociedade e da própria organização metodológica e institucional em organizar os aspectos importantes do ensino para serem transferidos para o aluno. Para Cardoso e Lima:

As pessoas apresentam comportamentos distintos que mudam de acordo com situações e circunstâncias diversas, além da visão de mundo que é única para cada sujeito e questões sociais, hierárquicas, geográficas, entre outras, afetam e caracterizam, de certo modo, o nosso comportamento e a maneira como nos expressamos, como comunicamos, como produzimos linguagem e como falamos. (Cardoso e Lima, 2019, p. 18)

Os questionamentos feitos sobre as dificuldades encontradas neste processo, está sobre a formação do professor, é um dos pontos a serem analisados em relação aos saberes sobre linguística.

Os estudos linguísticos e literários normatizam a linguagem social, ampliando a regularização na norma culta e aproximando os sujeitos sociais da própria dinâmica culta e padrão ensinada nas escolas. Apesar disto a realidade pela busca em comparar a linguagem culta, gramática e linguagem cultural, faz-se uma questão a ser discutida a partir daquilo que se passa a ensinar e valorizar dentro dos espaços escolares. Hall (1961) e Damen (1987) entende que cultura é autoconhecimento e é um mecanismo que as pessoas usam para adaptarem-se. Ou seja, a cultura caracteriza o comportamento e este relaciona-se com todas as formas que são criadas para viver e agir em comunidade socialmente organizada.

Sobre as concepções que envolvem a linguística, embora as dificuldades da formação linguística sejam integrantes do processo de aprendizagem, elas não podem ser aceitas indiscriminadamente como algo que será seguramente superado, mas se constituírem como um alerta de que a criança precisa de uma assistência diferenciada. (Schiavoni, 2004; Zorzi, 1998).

As abordagens sobre o ensino de línguas estrangeiras refletem as concepções sobre o ser humano; também é preciso levar em consideração a forma de aceitação da língua estrangeira por parte dos alunos, suas atitudes, motivações, bloqueio, tolerância e capacidade (Almeida Filho, 1993, p. 87).

A escola deve priorizar no contexto de sua atuação o aprendizado da leitura e escrita, o aluno, de acordo com a realidade que vivencia e essa reflexão pode ser benéfica no sentido de elevar o nível sociocultural dos sujeitos na sociedade para sanar qualquer dificuldade.

Conforme afirma Perin:

Apesar de conhecerem a importância de se saber Inglês, os alunos tratam o ensino de Língua Inglesa na escola pública ora com desprezo, ora com indiferença, o que causa, na maioria das vezes a indisciplina em salas de aula com o número de alunos acima do ideal para se aprender um novo idioma. Este processo cíclico causa o estresse do professor, mais indisciplina, mais indiferença e obviamente, frustração no final do processo (Perin, 2005, p. 67).

 A leitura e escrita procedem a identificação e decodificação do linguístico e neste sentido, as crianças do ensino fundamental ainda estão em formação acadêmica leitora e, portanto, de desenvolvimento da aprendizagem.

Demonstrar que as dificuldades existentes na aprendizagem da língua acontecem principalmente pelo fato da necessidade de “mudanças nas abordagens didáticas no ensino de língua estrangeira; mudanças no próprio objeto de ensino; mudanças no papel do aluno, do professor e do material didático (Weininger, 2001, p. 41).

 

Considerações Finais

 

A importância da linguística na formação do professor de LA é um ato necessário nas práticas gramaticais, didático e pedagógicas, quanto conceituais, que levaram aos alunos a criar, experimentar e escolher as suas hipóteses e utilizá-las. As literaturas que discorrem sobre o tema procuram considerar de forma crítica a importância da formação do professor de língua em relação a construção da linguística e sua relação com o processo de ensino.

Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural.

Os estudos linguísticos se tornam um aporte ao saber, quando estes são utilizados de forma a permitir a quem aprende uma outra linguagem como processo social e cultural e que faz parte da formação globalizada e instituída para que seja possível ter acesso.

É importante considerar a importância da linguagem como condição essencial do saber na discussão majoritária para a formação acadêmica escolar. A linguagem constitui um aparato cultural passível as discussões possíveis para a formação da produção linguística histórico crítico na educação formal.

Segundo Geraldi (1984) o professor de línguas necessita de conhecimentos específicos a respeito daquilo que trabalha. Afastar então, a interpretação de linguística e linguagem como sendo aparatos de mesma significação seria negar a condição de importância da linguística, fundamental na constituição da língua culta. Esta é a grande diferença entre L.I. e outras disciplinas. Segundo a BNCC:

Prioriza o foco da função social e política do inglês e, nesse sentido, passa a tratá-la em seu status de língua franca. O conceito não é novo e tem sido recontextualizado por teóricos do campo em estudos recentes que analisam os usos da língua inglesa no mundo contemporâneo. Nessa proposta, a língua inglesa não é mais aquela do “estrangeiro”, oriundo de países hegemônicos, cujos falantes servem de modelo a ser seguido (Brasil, 2018, p. 241).

A importância da linguística na formação do professor de LA é um ato necessário nas práticas gramaticais, didático e pedagógicas, quanto conceituais, que levaram aos alunos a criar, experimentar e escolher as suas hipóteses e utilizá-las. As literaturas que discorrem sobre o tema procuram considerar de forma crítica a importância da formação do professor de língua em relação a construção da linguística e sua relação com o processo de ensino.

Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural.

 

Referências

 

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[1] Graduação em Letras – Português/Inglês, pela Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista (2005). Graduação em Letras/Espanhol pelo Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson (2010). Mestranda em Ciências da Educação, Universidad de la empresa, UDE, Uruguai. Graduanda em Pedagogia, pela Faculdade Campos Elíseos.

[2] Refere-se ao Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (CEFR) é um padrão internacional utilizado para descrever habilidades linguísticas.

[3] A LDB ainda dispõe, no mesmo artigo de incisos referentes aos Princípios e Fins da Educação Nacional, relevantes ao contexto da formação instrucional.

[4] A visão do continuum metáfora-metonímia, perspectiva de estudo que vem se configurando no âmbito dos estudos cognitivos. A visão – a do continuum metáfora-metonímia- pode ser ampliada, mediante estudos que estabeleçam uma necessária interface entre a Linguística Cognitiva e a Linguística de Texto (cf. Barcelona, 2003).

[5] Designa-se por letramento ou literacia o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita. As práticas deste conceito são um fenômeno social e não se limitam somente ao espaço e as relações escolares, suas dimensões abrangem uma nova visão sobre as modalidades de leitura e escrita (Soares, 2003).